segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A força da mídia e a cultura do medo

  Atualmente, a mídia se tornou o maior e mais influente veículo de informações para a sociedade, tornando-se uma importante fonte de manipulação para aqueles que retém o seu comando. Ao longo de sua história, é possível observar o extremo uso do sensacionalismo para vencer a luta daqueles que buscam audiência e Ibope. Eis que, com tanto poderio em mãos, a cultura do medo tem se tornado uma tendência de escape, uma alienação da qual a mídia e suas parcerias conseguem retirar benefícios.
   A excessiva valorização de casos isolados de violência geram um déficit de atenção a problemas que realmente mereciam destaque, tais como a desigualdade social, a falta de educação ou saúde para todos. Nesse contexto, é perceptível que há uma ostentação midiática que, de maneira rápida e eficiente, alcança nossas inseguranças emocionais, assim, mesmo não sabendo qual a veracidade do que está sendo veiculado pela mídia, o público pode acreditar que o índice de criminalidade está aumentando e superestimar o medo de serem vítimas de crimes violentos.
   Todo jornalista sabe que crimes impetuosos são eventos raros e extraordinários, mas isso, na comparação com os demais crimes. Eis que, grande parte da mídia extrai sua audiência da dramatização de situações isoladas, como o assassinato em Realengo, ocorrido em 7 de abril de 2011, ou o caso de Eloá Cristina, o mais longo sequestro em cárcere privado já registrado pela polícia do estado brasileiro de São Paulo. Ambos os casos obtiveram enorme repercussão nacional, comovendo toda a população.
   É possível observar que realmente o Brasil apresenta um elevado grau de violência quanto ao quesito armas de fogo. O número de homicídios por tiros, no ano de 2010, chegou a um total de 36.792 vítimas. E de acordo com o Censo 2010, são cerca de 16,2 milhões de brasileiros que vivem em condições de extrema pobreza, eis que nessas circunstâncias pode-se observar a alienação gerada pela mídia para desviar a atenção da população dos reais e mais importantes problemas, e encontrando uma maneira de se beneficiar disso.  

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