segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Quando crescer, estica

   Até pouco tempo, acreditava-se que uma criança gordinha era sinônimo de uma criança saudável. Hoje em dia, entretanto, as crianças vem sofrendo com os elevados índices de sobrepeso. De acordo com os dados do IBGE, 34,8% das crianças brasileiras se enquadram no preocupante campo de obesidade infantil.
   As grandes causadoras do excesso de peso são, em segundo lugar, o novo estilo de vida baseado no sedentarismo, uma vez que as novas gerações não desejam as típicas brincadeiras de rua que exigem esforço físico para correr, pular e se esconder, contudo, preferem ficar dentro de casa com um vídeo game ou um bom computador. Em primeira posição, como grande causadora da obesidade, encontra-se, destacadamente, as mudanças dos hábitos alimentares. 
   Ainda de acordo com o IBGE, calcula-se que 89% desses pequenos brasileiros ingerem açucares e gorduras além do nível considerado saudável pelos médicos. Decerto que ainda há bordões muito comuns entre os familiares de crianças em sobrepeso, como "Quando crescer, estica", que revelam a inconsciência dos pais acerca de que a obesidade não só é incomum durante o desenvolvimento infantil, como também pode trazer diversos riscos a saúde, em outras palavras, doenças respiratórias e ortopédicas, colesterol alto, hipertensão arterial ou diabetes tipo dois.
   No entanto, a culpa acerca da obesidade dos pequenos não deve ser atribuída somente aos pais, obviamente que ainda há a necessidade de desmistificar o indícios restantes da velha cultura de que as crianças acima do peso estão bem alimentadas e saudáveis. Todavia, a responsabilidade por tais problemas de saúde nas crianças deve também ser atribuída ao governo, que não mantém uma fiscalização adequada nas escolas públicas para controlar os alimentos disponíveis nas cantinas, as áreas de lazer acessíveis para a interação desses  e as aulas de educação física, que devem ser mais práticas do que teóricas. 
   Em suma, também é necessário considerar as artimanhas da indústria alimentícia que usa da mídia para suprir suas necessidades de venda a um fácil alvo consumidor, neste caso, as crianças, que são facilmente levadas a desejar bolachas e salgadinhos de seus personagens favoritos. A regra desse comercio especifico é: convença as crianças a desejar, e elas convencerão os pais a comprar. Inquestionavelmente, o atual mundo capitalista faz com que pais e crianças sejam diariamente bombardeados com as poluições extremistas dos jogos de marketing, onde a venda e a compra se tornam mais importantes que a saúde da própria sociedade.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Terceira idade, uma sabedoria ignorada

   O estatuto do idoso foi organizado de modo a prever as necessidades para uma vida digna aos idosos na sociedade brasileira, ademais, com aumento da expectiva de vida das pessoas, essa atitude tem se tonado indispensável para a terceira idade. Em contraste com a realidade vivida por essa parcela da população, há o surgimento de um novo cenário de preconceito que, de uma certa maneira, afasta-os de uma participação ativa nos núcleos rotineiros da vida numa sociedade. Em suma, os idosos vem conquistado cada vez mais sua independência e, especialmente, seus direitos que, apesar de defendidos por lei, são frequentemente negligenciados e esquecidos.
   Em  pleno auge do modelo capitalista, as pessoas se acostumaram aos conceitos de individualismo e produtividade, buscando, na maior parte de seus negócios, apenas o benefício próprio, de modo que isso também vem sendo introduzido aos centros sociais. Os idosos, que antes ajudaram a construir o Brasil atual, agora são descartados por, supostamente, não apresentarem o mesmo vigor juvenil de anos passados, nem tendo, ao menos, as chances necessárias para demonstrar o contrário. Todos os dias, os idosos são isolados dos eixos de relações públicas, e até mesmo da formação de novos laços familiares.
   Logo, torna-se cada vez mais comum as notícias que revelam o abuso financeiro, o desrespeito e a violência física àqueles de idade avançada. A valorização do idoso deve começar com cuidados dentro de casa, porém não deve ser contida somente nas esferas familiares. O governo brasileiro também é responsável pelo bem-estar dos idosos, sendo de sua obrigação não apenas oferecer um adequado sistema de saúde pública,  mas também áreas de lazer, como academias ao ar livre e parques com segurança apropriada, assim como a promessa de uma rígida fiscalização quanto as adaptações do comercio e das casas institucionais que se prontificam a cuidar daqueles que pertencem a terceira idade. 
   Seja em casa, ou num asilo, seja no comercio que não oferece uma atenção qualificada para  o atendimento destes anciãos, numa vaga especial não respeita nos estacionamentos, ou na rede de saúde publica que não apresenta suporte suficiente para suprir as necessidades básicas de saúde, os idosos vem sendo desmerecidos de todo o tempo e esforço que utilizaram, em seu auge juvenil, para colaborar com a formação de uma sociedade justa e um ambiente familiar em equilíbrio. Decerto, o envelhecimento é inevitável, e as pessoas devem estar estruturadas para receber essa ordem natural.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A força da mídia e a cultura do medo

  Atualmente, a mídia se tornou o maior e mais influente veículo de informações para a sociedade, tornando-se uma importante fonte de manipulação para aqueles que retém o seu comando. Ao longo de sua história, é possível observar o extremo uso do sensacionalismo para vencer a luta daqueles que buscam audiência e Ibope. Eis que, com tanto poderio em mãos, a cultura do medo tem se tornado uma tendência de escape, uma alienação da qual a mídia e suas parcerias conseguem retirar benefícios.
   A excessiva valorização de casos isolados de violência geram um déficit de atenção a problemas que realmente mereciam destaque, tais como a desigualdade social, a falta de educação ou saúde para todos. Nesse contexto, é perceptível que há uma ostentação midiática que, de maneira rápida e eficiente, alcança nossas inseguranças emocionais, assim, mesmo não sabendo qual a veracidade do que está sendo veiculado pela mídia, o público pode acreditar que o índice de criminalidade está aumentando e superestimar o medo de serem vítimas de crimes violentos.
   Todo jornalista sabe que crimes impetuosos são eventos raros e extraordinários, mas isso, na comparação com os demais crimes. Eis que, grande parte da mídia extrai sua audiência da dramatização de situações isoladas, como o assassinato em Realengo, ocorrido em 7 de abril de 2011, ou o caso de Eloá Cristina, o mais longo sequestro em cárcere privado já registrado pela polícia do estado brasileiro de São Paulo. Ambos os casos obtiveram enorme repercussão nacional, comovendo toda a população.
   É possível observar que realmente o Brasil apresenta um elevado grau de violência quanto ao quesito armas de fogo. O número de homicídios por tiros, no ano de 2010, chegou a um total de 36.792 vítimas. E de acordo com o Censo 2010, são cerca de 16,2 milhões de brasileiros que vivem em condições de extrema pobreza, eis que nessas circunstâncias pode-se observar a alienação gerada pela mídia para desviar a atenção da população dos reais e mais importantes problemas, e encontrando uma maneira de se beneficiar disso.